O meu maior medo é envelhecer arrependido por ter ou não ter realizado alguma coisa. Imagino que a maior punição ao homem é viver um arrependimento amargurante até o dia de sua morte.
"E se eu fizesse diferente" - pensei em voz alta e logo em seguida recebi um sermão de uma amiga."Não diga isso, vai ficar preso no passado e nunca andará para frente" ela dizia.
E ela estava certa.
Apegar se ao passado nos impede de andar para frente, nossas memórias antigas, quando demasiadamente repetidas no presente, não nos permitem ter futuro. Por vezes culpamos o atual pelo passado e esquecemos que nós podemos fazer um futuro diferente no hoje. Aprender com os erros e continuar caminhando sempre aberto ao novo é uma grande lição, principalmente quando somos jovens e temos uma imensa caminhada pela frente. Mas, o que acontece com quem se arrepende de todo um passado com apenas alguns dias de vida? O que acontece com quem está em estado terminal e gostaria de poder voltar no tempo e mudar suas atitudes?
As coisas, as pessoas, os tempos e a vida não voltam.
Quando crianças, somos apresentados a escolhas simples: que brinquedo escolher, qual canal assistir e qual brincadeira brincar. Somos introduzidos ao mundo de escolhas desde cedo, mesmo que não tenhamos consciência. Conforme crescemos, as decisões tornam-se cada vez mais difíceis até chegarmos ao ponto onde o nosso referencial é nós mesmos: na vida adulta somos inteiramente responsáveis sobre as decisões que nós tomamos.
Quando aquele dia chega somos apresentados a escolhas que determinam o nosso futuro: que profissão seguir, ter filhos agora ou mais tarde, casar agora ou adiar, namorar ou não, entrar naquele emprego ou esperar uma oferta melhor. O número de decisões a serem tomadas se tornam maior, quase constantes e mesmo que tenhamos recebidos conselhos, avisos, ou aulas de como lidar com isso, ainda assim, não estamos preparados.
Ninguém está
Ninguém chega nesse ponto da vida preparado
A vida nos prepara
Quando crianças ao tomarmos decisões às cegas ficamos intrigados, sentimos desconforto, insegurança. Mas, quando adultos, todas as decisões parecem ser às cegas - ou no mínimo embaçadas - afinal, os frutos que iremos colher de tomar tal decisão só iremos saber no futuro.
E num futuro distante viveremos as consequências e frutos de todas essas decisões que tomamos hoje. Mas quanto é impossível prever o futuro desse conjunto de escolhas, apenas escolhemos, cegamente, na esperança de escolhermos o melhor.
Portanto, a pergunta é:
O caminho que você está seguindo pode fazer você se arrepender no futuro?
Mesmo que seja impossível prever o futuro, não quero ter o risco de estar arrependido de ter feito más escolhas sem chance de fazer novas escolhas.
As vezes, devemos pensar no fim de nossas vidas
