Bom, faz muito tempo que eu não toco no blog, até cogitei abrir um novo para continuar expressando minha "introspecção" e em meio a pensar em voltar a postar retornou uma divagação antiga:
São raros os blogs que fazem sucesso e conseguem manter um número de leitores fiéis, muitos comentários nos seus posts e passam a ser até divulgados pelos próprios leitores em virtude de suas qualidades. Mas como ficam aqueles blogs que não conseguem isso?
É certo que existem muitos blogs que morreram logo após o nascimento (com 2 a 3 posts). É certo que muitos blogs não tem conteúdo e acabam não sendo visualizados.Mas e o que ocorre com os outros blogs? Digo, aqueles que tem conteúdo, anos de postagem, mas nem um comentário sequer, nenhuma visualização. Isso significa que eles são menos interessantes? Que a qualidade deles é inferior? Na verdade não.
Em muitas madrugadas de solidão pesquisando coisas aleatórias em sites de busca eu já achei muitos blogs assim, lotados de postagem do início ao fim, só que sem comentários, sem reações de leitores.
"0 gostei 0 não gostei 0 odiei"
Imagino que os blogueiros desses blogs deviam implorar por "1 odiei", por alguém, algum ser vivo dotado de ciência, por algo que pudesse interagir, alguma mensagem, mesmo que simbólica que dissesse: "eu vi".
Isso ocorre em blogs dos mais variados tipos: blogs de experiências pessoais, culinária, poesias, ou até mesmo aqueles sem um tema definido, todos ricos de postagens e conteúdos, sentimentos, reflexões, piadas, músicas, imagens e outras coisas únicas que tive o privilégio de admirar. Os Blogs, e não só os blogs, como todas e quaisquer postagens na internet são feitas por pessoas e pessoas são únicas.
Lindo não? conheci em um blog por aí... |
As vezes eu encontrava blogs com alguns comentários/interações, ou vezes, até uma quantidade notável (10 a 20 comentários), mas sempre fiquei intrigado, parecia que aquelas pessoas que comentavam se conheciam, faziam parte de um nicho específico que eu desconhecia. Algo que me intriga e sempre me intrigou foi o fato de existir coisas "submersas", impopulares, com o qual as grandes massas não se importassem ou apenas desconhecessem (e que eu mesmo desconhecia). É como se estivéssemos todos no topo de um prédio altíssimo e observássemos através de uma vidraça as inúmeras coisas existentes lá embaixo, tão distantes, mas observáveis, quão ricas quanto intocáveis. Mas somente observá-las é pouco, não acha? Você não gostaria de descer toda essa escadaria para conhecer de perto cada pequena parte daquilo que está a nossa volta? A internet é na verdade uma janela para enxergar parte da realidade do mundo onde vivemos, na verdade, você nunca ficou intrigado ou no mínimo curioso para saber como é a vida no Nepal ou como vivem as pessoas dentro de uma casa na qual você só a viu por fora? Me pergunto se eu sou único que quando criança ficava perguntando como era dentro das casas que eu via na rua, como eram aquelas pessoas, o que elas faziam para se divertir ou o que elas pensavam da vida. Eu sempre fui bastante curioso.
Talvez, tenha sido tal curiosidade que me levou em direção a blogs tão únicos, tão escondidos, tão esquecidos. Neles eu tive semi-experiências muito únicas (digo semi-experiências porque não as vivi, mas pude vê-las). Lembro de blogs com fotos de lugares destruídos por alguma guerra que eu não conheço em algum ponto do mundo que eu não sei qual é, fotos de viagens a lugares dos quais nunca ouvi falar, blogs com textos de pessoas que não conheço, falando sobre seus sentimentos mais íntimos (as vezes havia um pouco de: alguém mais sente isso? você? você pode falar comigo? - havia um pouco de grito, de clamor nesse tipo de blog) ou as vezes apenas coisas não pareciam fazer sentido para mim (e me deixavam mais intrigado ainda) como imagens antigas de pessoas, lugares, coisas, documentos que eu não conhecia ou não reconhecia. Algumas vezes pude ver blogs muito legais, ou até interessantes, mortos a anos atrás (as vezes com um post de fim, sem nenhum comentário ou reação), enquanto outros continuam postando desenfreadamente, apesar de continuarem impopulares. É interessante não é? Essa possibilidade de arquivar coisas, textos, imagens na internet que para alguns pode fazer sentido e outros não.
Na verdade, de tempos em tempos eu costumo a teorizar sobre como a internet pode mudar o estudo histórico (na forma de acessar /ler a história) - e isso me lembra o quanto eu teorizei na minha vida humana sobre a existência e lembrança, mas vou deixar isso para depois - afinal, cada foto, cada texto, tudo que é arquivado em redes sociais, blogs e afins, são partes, pedaços nossos ou de outrem, que nós seres humanos arquivamos (e até compartilhamos) na internet. Anne Frank tinha um diário, nós temos blogs. Então, por mais desprezado que seja o blog mais escondido da internet, se ele tiver algum conteúdo (pessoal ou não), ele tem lá o seu valor. Afinal, todos nós temos nosso valor, não é? O ser humano é um ser complexo, a imagem de uma função de infinitas variáveis, todos nós temos uma história por trás de nós e só conhecemos aquelas que ficam famosas (vide Anne Frank de novo para exemplificar).
Mas e aquelas não famosas?
As vezes eu passo na rua olhando as outras pessoas, me perguntando o que elas pensam, o que elas fazem, o que elas querem, o que elas são. E as pessoas são isto: pequenos pontos cheios de luz no fim, é o que somos:
Milhares de pontos de luz dispersos em um mundo enorme.
Então, eu acho que vou continuar com esse blog, existe a chance existir mais um louco, que como eu, procura por coisas que não entende para tentar entendê-las. Existe a chance de alguém achar esse blog e ficar intrigado com este blog da mesma forma que eu fico com inúmeros outros na internet. Existe a chance disso ocorrer após eu morrer. É como um astronauta que manda um sinal no espaço buscando vida extraterrestre para interagir. Quem sabe se existe ou não? Mas mesmo após a sua morte ainda há alguma chance de alguma vida no universo receber sua mensagem.
As vezes, em meio a solidão, não de não falar com alguém, mas de não compartilhar o que há de mais íntimo em nós, acabamos procurando "diários", lugares para depositar o sentimento, a divagação e o pensamento. E há algo muito triste na solidão, penso: "de que adianta descobrir a razão de tudo e não ter para quem contar?". Muitas vezes me sentindo só eu achei blogs e talvez muitas pessoas se sentindo só escreveram blogs, na tentativa de interagir com alguém, "Quantos tem o mesmo interesse que eu? Quantos tem o mesmo pensamento que o meu? Quantos são como eu? Ou se identificam com isso?"
Talvez milhões, milhões de pontos de luz sozinhos querendo interagir um com os outros.
Eu sou um ponto, um ponto introspectivo.
Talvez, tenha sido tal curiosidade que me levou em direção a blogs tão únicos, tão escondidos, tão esquecidos. Neles eu tive semi-experiências muito únicas (digo semi-experiências porque não as vivi, mas pude vê-las). Lembro de blogs com fotos de lugares destruídos por alguma guerra que eu não conheço em algum ponto do mundo que eu não sei qual é, fotos de viagens a lugares dos quais nunca ouvi falar, blogs com textos de pessoas que não conheço, falando sobre seus sentimentos mais íntimos (as vezes havia um pouco de: alguém mais sente isso? você? você pode falar comigo? - havia um pouco de grito, de clamor nesse tipo de blog) ou as vezes apenas coisas não pareciam fazer sentido para mim (e me deixavam mais intrigado ainda) como imagens antigas de pessoas, lugares, coisas, documentos que eu não conhecia ou não reconhecia. Algumas vezes pude ver blogs muito legais, ou até interessantes, mortos a anos atrás (as vezes com um post de fim, sem nenhum comentário ou reação), enquanto outros continuam postando desenfreadamente, apesar de continuarem impopulares. É interessante não é? Essa possibilidade de arquivar coisas, textos, imagens na internet que para alguns pode fazer sentido e outros não.
Na verdade, de tempos em tempos eu costumo a teorizar sobre como a internet pode mudar o estudo histórico (na forma de acessar /ler a história) - e isso me lembra o quanto eu teorizei na minha vida humana sobre a existência e lembrança, mas vou deixar isso para depois - afinal, cada foto, cada texto, tudo que é arquivado em redes sociais, blogs e afins, são partes, pedaços nossos ou de outrem, que nós seres humanos arquivamos (e até compartilhamos) na internet. Anne Frank tinha um diário, nós temos blogs. Então, por mais desprezado que seja o blog mais escondido da internet, se ele tiver algum conteúdo (pessoal ou não), ele tem lá o seu valor. Afinal, todos nós temos nosso valor, não é? O ser humano é um ser complexo, a imagem de uma função de infinitas variáveis, todos nós temos uma história por trás de nós e só conhecemos aquelas que ficam famosas (vide Anne Frank de novo para exemplificar).
Mas e aquelas não famosas?
As vezes eu passo na rua olhando as outras pessoas, me perguntando o que elas pensam, o que elas fazem, o que elas querem, o que elas são. E as pessoas são isto: pequenos pontos cheios de luz no fim, é o que somos:
Milhares de pontos de luz dispersos em um mundo enorme.
Então, eu acho que vou continuar com esse blog, existe a chance existir mais um louco, que como eu, procura por coisas que não entende para tentar entendê-las. Existe a chance de alguém achar esse blog e ficar intrigado com este blog da mesma forma que eu fico com inúmeros outros na internet. Existe a chance disso ocorrer após eu morrer. É como um astronauta que manda um sinal no espaço buscando vida extraterrestre para interagir. Quem sabe se existe ou não? Mas mesmo após a sua morte ainda há alguma chance de alguma vida no universo receber sua mensagem.
As vezes, em meio a solidão, não de não falar com alguém, mas de não compartilhar o que há de mais íntimo em nós, acabamos procurando "diários", lugares para depositar o sentimento, a divagação e o pensamento. E há algo muito triste na solidão, penso: "de que adianta descobrir a razão de tudo e não ter para quem contar?". Muitas vezes me sentindo só eu achei blogs e talvez muitas pessoas se sentindo só escreveram blogs, na tentativa de interagir com alguém, "Quantos tem o mesmo interesse que eu? Quantos tem o mesmo pensamento que o meu? Quantos são como eu? Ou se identificam com isso?"
Talvez milhões, milhões de pontos de luz sozinhos querendo interagir um com os outros.
Eu sou um ponto, um ponto introspectivo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário